STJ isenta magistrado de taxa em processo de R$ 2 milhões

Desembargador obteve justiça gratuita em uma ação milionária contra a União
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  O  Superior  Tribunal  de  Justiça  concedeu  justiça  gratuita  ao  desembargador  Sérgio  Xavier  de  Souza  Rocha  do  Tribunal  de  Justiça  do  Distrito  Federal  e  dos  Territórios,  isentando  o  magistrado  do  pagamento  de  uma  taxa  judicial  de  aproximadamente  125  mil  reais.
  A  decisão  foi  tomada  pela  Primeira  Seção  da  Corte,  que  reviu  o  entendimento  anterior  e  aceitou  os  argumentos  de  Rocha.  Ele  alegou  não  ter  condições  financeiras  de  arcar  com  a  quantia  sem  comprometer  o  sustento  da  família.
  A  ação  rescisória  movida  por  Rocha  contra  a  União  tem  valor  superior  a  2,18  milhões  de  reais.  Para  que  ela  pudesse  tramitar,  exigia-se  um  depósito  judicial  correspondente  a  5%  do  valor  da  causa.
  Inicialmente,  o  relator  do  caso,  ministro  Herman  Benjamin,  negou  o  pedido  de  gratuidade,  afirmando  não  haver  comprovação  de  falta  de  recursos  por  parte  do  desembargador.
  A  União  sustentou  que  Rocha  possuía  bens  e  rendimentos  expressivos.  Entre  os  itens  listados  estavam  um  sítio  de  30  alqueires,  dois  veículos,  uma  Pajero  TR4  e  um  Kia  Sorento,  este  último  adquirido  durante  o  trâmite  da  ação  –  e  investimentos  financeiros  que,  em  2012,  somavam  119  mil  reais. 
  O  voto  que  mudou  o  desfecho  do  julgamento  partiu  do  ministro  Francisco  Falcão.  Mesmo  com  esses  elementos,  a  maioria  dos  ministros  do  STJ  decidiu  acatar  os  embargos  apresentados  pela  defesa  e  reverter  a  decisão  inicial.
  O  desembargador  afirmou  ter  cinco  filhos,  alguns  deles  em  universidades  particulares,  incluindo  uma  estudante  de  Medicina.  De  acordo  com  o  Portal  da  Transparência  do  TJDFT,  Rocha  recebeu  53.823  mil  reais  líquidos  em  maio  de  2025.
  Rocha  é  natural  do  Rio  de  Janeiro,  e  iniciou  a  carreira  no  Judiciário  como  juiz  substituto  em  1998  e  foi  promovido  a  desembargador  em  2008.
  Atualmente,  também  exerce  função  de  direção  do  Tribunal  Regional  Eleitoral  do  Distrito  Federal,  no  qual  ocupa  o  cargo  de  vice-presidente  e  corregedor.
 
  Por Rede de Notícias | Mendes  Junior
 
  fonte>  Carta  Capital